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Teatro Idiche no Brasil - Livro digital Organização de Susane Worcman e Paula RibeiroUm teatro que não tem mais nem artistas nem público, falado em uma língua fora de uso...
Ao recuperar a história do teatro ídiche e acompanhar as aventuras e desventuras dos artistas judeus espalhados pela Europa e pelas Américas, acompanhamos, de certa maneira, uma parte da história do mundo ocidental neste século. O pano de fundo dessas trajetórias é formado pelo velho continente, em profundas mudanças sociais e territoriais, e pelos novos horizontes das terras americanas. Os anos que assistiram à quase total destruição da cultura que estes artistas representam, vão também testemunhar o seu teimoso renascer, sob diferentes formas, em outros lugares. Uma sucessão de lágrimas e risos, sonhos e realidade, sucessos e fracassos, o mundo do teatro é o cenário onde se desenrola a vida dos artistas do teatro ídiche, personagens emblemáticos de um século conturbado.
A pesquisa sobre o teatro ídiche no Brasil, desenvolvida durante anos na Coordenação Interdisciplinar de Estudos Culturais - CIEC -, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reuniu uma documentação considerável, composta de entrevistas com remanescentes do teatro, documentos e fotos coletados nos arquivos pessoais de Henrique Blank, Riva Berman e de outros participantes das atividades teatrais judaicas no Rio, e nos acervos da Associação Scholem Aleichem - ASA - e da Funarte. A exposição Drama e Humor - Teatro Ídiche no Rio de Janeiro, apresentada no Museu dos Teatros em janeiro/março de 1997, foi um primeiro resultado desse estudo, que se ampliou para outras cidades do país onde imigrantes judeus de língua ídiche desenvolveram atividades teatrais no Brasil do século XX.
No Recife, Tânia Neumann Kauffman reuniu uma documentação que testemunha a presença do teatro ídiche no nordeste brasileiro desde a década de 1930. No ensaio sobre o Rio Grande do Sul, Ieda Gutfreind desenvolveu sua pesquisa entrevistando membros da comunidade local e consultando os arquivos do Departamento de Memória do Instituto Cultural Judaico Brasileiro Marc Chagall. Ethel Mizrahy Cuperschmid desenvolveu seu texto baseada em sua dissertação de mestrado sobre a comunidade judaica de Belo Horizonte e Esther Prizkulnik fez a pesquisa de São Paulo, a cidade brasileira que recebeu o maior número de companhias profissionais. Curitiba, uma comunidade pouco numerosa mas dinâmica, marcou presença através de José Leon Zindeluk e Rosa Grossman Tabacof contribuiu com suas reminiscências de jovem judia baiana em Salvador nas décadas de 40 e 50.
Não incluímos, neste livro virtual, um levantamento cronológico das apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, tanto do teatro profissional como do amador, que fizemos para o livro originalmente planejado. Embora possivelmente incompleto – já que as fontes são esparsas e escassas - é, certamente, o mais amplo registro já feito no Brasil sobre essas apresentações. Uma leitura atenta desses quadros informa sobre os autores encenados, temas, freqüência, origem dos grupos, teatros das cidades e outros dados comparativos que podem interessar a um pesquisador. Permanece aguardando a possibilidade de imprimirmos todo o acervo, desejo que, como o ídiche, resiste ao tempo e às dificuldades.
Link para download do e-book:
https://www.4shared.com/folder/d08A0S2K/_online.html
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